Todos nasceram um dia. Alguns nascimentos são registrados com fotos, filmagens, enfim, esses tornam-se um evento. O meu nascimento já foi uma piada mesmo.
Minha mãe e meu pai moravam em um sitio num povoado chamado “Laranja Lima”, distante de Dourados cerca de 23 quilômetros.
Aos nove meses de gestação com uma barriga do tamanho da semana inteira minha doce e querida mãe começou a sentir as dores do parto em uma manhã ensolarada do dia 26 de março de 1982 (Eu sei, faz tempo a beça, mas não vamos nos apegar à detalhes).
Nesta manhã, minha mãe chamou meu querido pai, Julio, e disse: _ Amor, vamos para o hospital, estou sentindo as dores, a Juliana vai nascer!
Meu pai, com uma paciência de Jô cansado olhou para minha mãe e sua barriga de melancia e disse: _ Tem que esperar, preciso lavar o fusca.
Fusca era o automóvel do meu velho, e continuou sendo por muitos e muitos anos, o seu fiel escudeiro fuscão azul calcinha.
_ Mas Julio, disse minha mãe, não dá para esperar!
Meu pai, nunca tinha parido ninguém, obviamente, e, portanto, não sabia que quando as dores indicam que o parto está próximo é melhor correr.
Seu Julio então se pôs a lavar calmamente o fuscão azul.
Mais atrasado que tartaruga em corrida de lebre, papai Julião termina a limpeza da lataria do fusca, por a minha mãe e sua grande barriga recheada por eu mesma e segue para o Hospital Evangélico, onde por volta das 11h30 eu, essa bela pessoa que subscreve, choverei pela primeira vez.
Muitos outros choros vieram posteriormente em minha vida, muitos deles de pura alegria. Afinal, minha vida é uma piada diária, para fazer jus ao meu nascimento.
Juliana Oliveira.
Ju coloquei sua história no STH da uma olhada...
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